sexta-feira, 13 de maio de 2011

Transmutação


Vi esgarçarem-se os véus e a névoa dissipar-se...
E no espocar das lágrimas, meu sonho vi
como num flash
dimensionar-se aqui, magnífico e palpável:
meu mundo modificado, impregnado de amor!
E tudo estava nele! E só o esprecto de mim...

Foi um estado novo que experimentei, atônita!
A dor parindo o riso...!
E ao grito surdo de minh'alma em êxtase
ruíram-se as muralhas à volta do meu ser.

Sou livre, agora! Posso ir-me.
Devo tomar no sonho o lugar
onde o sonhar a mim tem projetado.
Os despojos do que fui...
Que deles se ocupem aqueles que ainda dormem.
Nada mais são que pó e ao pó devem tornar.

Vou dar-me à vida! Soprar-me...
Transmutar o eu em mim.
Tornar verdade o que sonhei, aqui
onde todos estão, só eu que não...
...estava.

                                           Isabel Pakes

4 comentários:

  1. Uma honra, poder postar uma poesia da minha grande mestra! Aprendi muito com seus versos, Bel, e tenho grande admiração por você e sua maneira de escrever! Bjuus

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  2. Muito obrigada, João Vitor!
    Você me comove, sabia?
    Sou grata a Deus pela oportunidade que me deu de conhecer pessoas como você, às quais pude regar um pouquinho as sementes da poesia que Ele semeou dentro dos seus corações.

    Um grande abraço!

    AVANTE!

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  3. Com certeza pode partilhar... É muito lindo mesmo!
    BJUUUUS

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